O começo

Eu não queria ter filhos, eu não sabia cozinhar, e achava tudo isso um saco.

Mas meu feminino despertou-se e após me especializar em enfermagem obstétrica, engravidei, pari, virei mamífera, ativista do parto humanizado, parteira urbana e resolvi cozinhar.

E o que não se faz pelo filho?! Mudei tudo o que dizia ser eu, e hoje eu mesma sou muito mãe, e acho cozinhar uma terapia deliciosa e um aprendizado.

Aprendi com a maternagem, no dia a dia do meu filho, e com ele inclusive como meu companheiro na cozinha, que somos o que comemos mesmo. E assim comecei a ver o quanto podemos ser melhores se entendermos que comer é uma festa de cores, odores e sabores, e que, como toda festa, os convidados são sempre a alegria. Aliado a isso fui percebendo uma evolução motora no meu filho, que no início derrubava metade da xícara de leite pra fora da vasilha, e com o tempo já consegue até quebrar os ovos sem fazer muita meleira.

Gabriel é intolerante a lactose e soja, e por isso nossas receitas são sem leite nem derivados. Fomos nos reinventando a cada receita. Testando, aprendendo, errando, mas sempre juntos, porque às vezes achamos que o paladar do adulto é soberano, e daí criança vem e acha que as receitas com leite de cerais é o máximo!

Então, filho na cozinha, com toda técnica de deixar acontecer, esperar a bagunça, saber administrar as inúmeras curiosidades, porque daí, à quatro mãos, tudo fica muito mais feliz e gostoso também.

E assim mudamos nossos hábitos alimentares, criamos um filho que adora experimentar de tudo, e normalmente gosta de tudo que experimenta, come com prazer, entende, aceita e vive saudável.

Vem com a gente!

Um beijo,

Tanila e Gabriel